12 de março de 2011

POR QUE OCORREM DESASTRES NATURAIS,TAIS COMO: TERREMOTOS, ENCHENTES, FURACÕES, TSUNAMIS?


Ao presenciarmos o devastador terremoto ocorrido no Japão recentemente, nos perguntamos:

Por que acontecem estas tragédias coletivas?  
Como são reunidos todos os que desencarnaram ao mesmo tempo? 
Por que alguns se salvaram, apesar da grande devastação causada por estes fenômenos?

Para a maioria da humanidade, estas questões não têm solução, e o que uns atribuem à sorte, outros falam de “milagres”, desconhecendo os mecanismos da justiça divina, dentro da lei de causa e efeito.

Para os familiares das vítimas, a dor inesperada é, muitas vezes, acompanhada de revolta, de descrença, e de desespero pela perda que consideram injusta.

A doutrina espírita, cumprindo a sua proposta de esclarecer e consolar nos ensina que estes acontecimentos são resultado da lei de causa e efeito, a qual todos os espíritos estão submetidos, aliado ao momento de transição vivido pelo planeta terra.

Analisemos a história da humanidade nestes 20 séculos de existência, e identificaremos a realização de guerras, que destruíram coletividades inteiras, por motivos políticos, econômicos, sociais e religiosos, gerando dor, sofrimento e graves compromissos conscienciais, os quais no momento adequado deverão ser ressarcidos.

O mentor espiritual Emmanuel, na mensagem “desencarnações coletivas” no livro Chico Xavier pede licença, esclarece:
“Invasores iludidos pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, retornamos à Terra com encargos diferentes , mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o plano físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida em acontecimentos de sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no além com os problemas de culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.” 

Allan Kardec, o ilustre codificador do espiritismo, interrogou os espíritos  superiores há 153 anos atrás quanto às provas coletivas, no item intitulado flagelos destruidores, conforme vemos nas questões  737 a 741 – de O livro dos espíritos (LE)

Através do estudo destas perguntas e respostas, verificamos que:

  1. Deus não castiga suas criaturas, pois ele é amor, sabedoria, justiça e bondade. O homem ao exercer o seu livre-arbítrio, assume responsabilidades e se estas contrariam a lei divina, então esta lei, dentro do planejamento espiritual, fará os ajustes necessários, em busca do equilíbrio, quer seja individual ou coletivo, neste caso há uma responsabilidade comum a um grupo de indivíduos (q.744 – LE);
  1. Ninguém desencarna antes da hora: “venha por meio de um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de desencarnar, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo” (q.738 – LE)
  1. Devemos analisar a ocorrência destes flagelos pela ótica da razão, percebendo que por trás das dolorosas cenas de destruição e de dor, floresce o incentivo à solidariedade, ao respeito pelo sofrimento alheio, a vontade de ajudar. (q.740 – LE)
  1. Nada é ocasional ou fortuito. A lei de causa e efeito, inevitável e não injusta, por sua natureza perfeita, sempre oferece, no tempo certo, as oportunidades de reconciliação com a justiça divina.
  1. Analisemos agora, à luz do conhecimento espírita, como se reúnem os espíritos comprometidos com o reajuste coletivo.
Ao reencarnarmos, atraídos pelo magnetismo gerado pela sintonia vibratória, consequência dos crimes praticados coletivamente, reunimo-nos circunstancialmente e, por meio de situações drásticas, colhemos o mesmo mal que perpetramos contra nossas vítimas indefesas no passado.

Portanto, as faltas coletivamente cometidas pelas pessoas (que retornam à vida física) são resgatadas solidariamente, em razão dos vínculos espirituais entre elas existentes.

Ainda segundo o mentor espiritual Emmanuel:
“O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente, através dos prepostos do cristo, que convocam os comparsas na dívida do pretérito para os resgates em comum, razão porque, muitas vezes, intitulais – doloroso acaso – às circunstâncias que reúnem as criaturas mais diferentes no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos compromissos individuais.”

Todavia, nem sempre as tragédias coletivas funcionam como resgate ou expiação, pois a reencarnação é oportunidade preciosa para evolução do espírito, através do trabalho, do esforço pessoal e do envolvimento do ser no progresso da humanidade, passando por dificuldades e desafios diversos que o impulsionam a novas conquistas a cada obstáculo vencido.

Assim, de acordo com o esclarecimento da doutrina espírita, ao avaliarmos o impacto destas tragédias, não podemos deixar de considerar fatores como as experiências passadas, os compromissos assumidos, as escolhas equivocadas, as ações não edificantes... É preciso que se entenda que estas são provas redentoras, dentro de um processo de renovação moral, ético e espiritual que o planeta terra está passando, a fim de galgar um patamar evolutivo mais elevado.

A reencarnação, o livre-arbítrio, o amor, o perdão, a regeneração são elementos fundamentais na promoção que a misericórdia divina proporciona entre vítimas e algozes, ajustando , conciliando e anulando ódios. Desta forma, construindo um futuro harmonioso, pois somos espíritos eternos.

Para os familiares das vítimas que sofrem com sua separação repentina, porém momentânea, visto que se reencontrarão novamente no futuro, recomendamos uma reflexão consoladora: as grandes provas marcam geralmente o fim de sofrimento e iniciam uma nova etapa de aperfeiçoamento do espírito. Para os que partem, aportando mais felizes ao mundo espiritual, com a certeza de mais uma batalha vencida, e para os que ficam na Terra, aceitando a provação com a compreensão, amor a Deus e fé raciocinada no futuro, confiando no reencontro com aqueles que amamos.

Auxiliemos, pois todos os envolvidos destas tragédias, não só com a ajuda material, mas principalmente, com nossas preces e vibrações de paz, equilíbrio e harmonia, confiantes que a providência divina não desampara nenhuma de suas criaturas, e que tais ocorrências fazem parte de uma planificação maior, com vistas à renovação e evolução do planeta terra.








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