Meus pais se tornaram espíritas quando eu tinha sete anos de idade em Cuiabá, onde residíamos. Em 1998, mudei para os Estados Unidos, sem ter nenhuma informação sobre como era o espiritismo por lá.
Porém, as coisas acontecem como devem ser. Logo que cheguei, por indicação de um brasileiro, fui estudar inglês em uma escola para imigrantes. Fui à aula e na parede havia uma mensagem de Kardec. Perguntei para a professora se ela era espírita e ela me disse que a própria escola era um centro espírita. Esse centro ficava do outro lado da rua onde aluguei um apartamento e era o único centro espírita do estado.
Comecei então a freqüentar as palestras, que eram seguidas de passes e a conhecer um pouco mais os trabalhos lá desenvolvidos. Este centro começou na casa da então presidente. Ela fazia o evangelho no lar e aos poucos mais e mais pessoas passaram a freqüentar esta reunião. Eles então passaram a realizá-la na garagem da casa, que logo ficou pequena. Foi então que eles resolveram alugar este espaço, que era no porão de um edifício de escritórios de advocacia.
Depois participei dos cursos. Lá, eles organizam um estudo sistematizado da doutrina. Há grupos de estudo das obras de Joanna de Angelis, do Livro dos Espíritos (em inglês) da obra de André Luiz, evangelização infantil e estudos para desenvolvimento mediúnico.
Os centros espíritas norte-americanos são bastante unidos. Eles estão sempre em contato entre si e recebem palestrantes brasileiros com bastante freqüência. Em geral, os palestrantes brasileiros fazem um tour por todos os centros, divulgando a doutrina e informando tudo o que ocorre no Movimento Espírita no Brasil.
Em 2006, nosso centro comemorou os seus 10 anos de existência, com a presença muito especial do nosso querido orador Divaldo Franco, que a partir de então passou a proferir palestras, por lá, anualmente.
A disseminação da doutrina espírita entre os americanos é feita na medida do possível, pois a quantidade de livros traduzidos ainda não é muito grande, o que dificulta uma compreensão mais ampla de seus ensinamentos. Existem equipes trabalhando nestas traduções, porém este processo é bastante lento, pois engloba não apenas o domínio das duas línguas, mas também a tradução de expressões idiomáticas bem como a fidelidade à obra original, para que o sentido não se altere.
Embora já haja centros que realizem seus trabalhos totalmente em inglês, a maioria possui trabalhos em inglês e português.
Divaldo tem auxiliado muito na divulgação da doutrina nos Estados Unidos, realizando palestras junto a americanos espiritualistas renomados. Recentemente, ele esteve com Raymond Moody Junior, em um evento voltado principalmente para o público americano. Raymond Moody Junior é muito popular entre os americanos simpatizantes de idéias espiritualistas. Em outubro deste ano (2008), Divaldo fará mais uma palestra neste estilo, desta vez ao lado de Dr. Bernard S. Siegel.
A filantropia, nos centros americanos, é feita de maneira bastante diferenciada daqui, pois aquele país não possui uma desigualdade social tão acentuada como no Brasil. Então nós fazíamos visitas a um asilo, doando desta maneira nosso amor e carinho às pessoas da terceira idade. O nosso centro também se mobilizava anualmente para arrecadar roupas para enviar para o Brasil, para auxiliar obras sociais daqui.
Como em todos os lugares, os centros de lá também enfrentam dificuldades, como falta de espaço, pois o custo do aluguel ou de aquisição de imóveis é bastante elevado. A rotatividade de trabalhadores também é um desafio, tendo em vista que a maioria das pessoas está lá de passagem, estudando ou trabalhando, e com o objetivo de retornar ao Brasil.
O centro que eu freqüentava divulga seus trabalhos e eventos na Internet, no site http://www.akscdanbury.com/ e também por meio de um jornal eletrônico e impresso.
O site http://www.ssbaltimore.org/ também é uma excelente fonte de informações sobre o trabalhos feito exclusivamente com os americanos, tendo em vista que este centro desenvolve todas as suas atividades em inglês.
Após oito anos nos Estados Unidos, voltei ao Brasil e, claro, continuo na doutrina, agora no Instituto Espírita de Educação. Mas como não poderia deixar de ser, mantenho contato constante com esses amigos que me foram muito queridos na minha esperriência espírita nos EUA.
Karina Wojcik
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